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Mostrando postagens de 2016

Ser feminista e conviver bem com homens. É possível?

Antes de qualquer coisa, faço a ressalva de que estou escrevendo para mulheres (portanto, se você for homem, peço que nos dê uma licencinha). Começo esse texto já fornecendo uma resposta muito pessoal para a pergunta do título: sim, é possível. Não pretendo dar aqui uma receita, pois cada uma vai achar sua forma de ser fiel ao seus princípios e continuar lidando bem com pessoas queridas que calharam de ser homens e que, às vezes, vão sim dar aquela escorregada machista. Mas vou compartilhar aqui o meu processo por imaginar que esse relato possa auxiliar as manas que estão passando por esse conflito (que é sim muito grande e sério). Sou feminista há mais de uma década, desde quando ninguém usava essa palavra sem fazer uma cara de nojo. Foi muito, muito difícil ser a pessoa que saía da mesa e brigava com os amigos/parentes quando rolava aquela piadinha machista/racista na época em que quase ninguém problematizava isso. Há cerca de uns cinco anos essa situação começou a mudar e é

Da política ao auto-conhecimento - ou porque auto-cuidado não é alienação

  "Frei", do alemão, "livre". (Foto minha de uma placa em Berlim) Este texto é um desabafo, uma terapia e uma forma de engajamento político ao mesmo tempo. Ele é fruto de uma angústia cuja razão demorei um tempinho pra entender. Pra lidar com esse sentimento estranho que eu não conseguia significar, resolvi seguir o conselho que sempre dou para as pessoas: depois de aceitar e sentir, procurei entender o que esse sentimento estava querendo me dizer. Nesse processo de auto-análise percebi que há muito tempo eu não escrevia no blog - coisa que amo - e consegui descobrir a razão: me afastei, por motivos que vou explicar ao longo desse texto, do ativismo político - na sua concepção clássica, ao menos - e como o blog sempre foi destinado à política, eu não tinha mais o que escrever no blog. Não que eu não tenha mais nada pra dizer, tenho muita coisa, mas por receio do julgamento externo, acabei me silenciando. Explico.  Cresci em um meio intelectual, majorita