Meu avô sempre foi um desses avôs exemplares. Quando criança, eu adorava ir pra casa dele e ficar jogando baralho por horas e horas. Foi ele que me ensinou a jogar Escopa, até hoje um dos meus jogos de cartas prediletos. Era sempre assim, de noite íamos pra cama dele, enquanto minha vó assistia televisão na sala, e jogávamos Escopa, ou Memória, ao som do futebol no rádio. Meu vô é americano, mas sempre apoiou os netos na torcida pelo galo. Depois do final de qualquer jogo do atlético, meu primo sempre ligava pro meu avô, e lembro de ouvir atentamente ao debate sobre o jogo que tinha acabado de acontecer. Talvez isso explique a minha paixão atual por futebol... Mas dentre as muitas coisas boas da infância na casa do meu avô – como a coleção de tampinhas, o futebol de botão, a coleção de carrinhos e a pelada com os primos no quintal – a que mais se destacava era a preparação pro Natal. Era sem dúvida a época mais empolgante da minha infância, já que eu auxiliava meus avós com todo
Textos sobre feminismo, transformação e auto-conhecimento