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Mostrando postagens com o rótulo feminismo

Ser feminista e conviver bem com homens. É possível?

Antes de qualquer coisa, faço a ressalva de que estou escrevendo para mulheres (portanto, se você for homem, peço que nos dê uma licencinha). Começo esse texto já fornecendo uma resposta muito pessoal para a pergunta do título: sim, é possível. Não pretendo dar aqui uma receita, pois cada uma vai achar sua forma de ser fiel ao seus princípios e continuar lidando bem com pessoas queridas que calharam de ser homens e que, às vezes, vão sim dar aquela escorregada machista. Mas vou compartilhar aqui o meu processo por imaginar que esse relato possa auxiliar as manas que estão passando por esse conflito (que é sim muito grande e sério). Sou feminista há mais de uma década, desde quando ninguém usava essa palavra sem fazer uma cara de nojo. Foi muito, muito difícil ser a pessoa que saía da mesa e brigava com os amigos/parentes quando rolava aquela piadinha machista/racista na época em que quase ninguém problematizava isso. Há cerca de uns cinco anos essa situação começou a mudar e é...

Sobre Duvivier, feminismo e diálogo

A última polêmica feminista nas redes sociais diz respeito a uma das três capas da TPM de novembro deste ano que traz Gregório Duvivier criticando a proibição do aborto no Brasil. Após ter recebido críticas de algumas feministas, Gregório se defendeu em sua coluna , o que colocou um pouco mais de lenha na fogueira.  Como feminista e ativista virtual, gostaria de dar minha contribuição para o debate, lembrando sempre que existem vários feminismos, várias posições possíveis (e hoje em dia eu vejo isso como algo bastante positivo) e a minha é só mais uma. Gregório Duvivier foi criticado por estar tirando o protagonismo das mulheres ao ser capa da revista. Muita gente que não participa dos espaços políticos feministas ou com feministas provavelmente nem entende de onde essa crítica vem. Essa crítica é, no entanto, muitíssimo importante e vou tentar resumir o porquê. Vivemos em um país dominado por homens (basta dizer que em um país com maioria de mulheres, os homens co...

Dilma com outra roupa? Uma análise feminista das eleições

É a primeira vez que temos duas mulheres liderando as pesquisas para presidente do país, com chances reais de se enfrentarem no segundo turno. O macho-alfa Aécio (que até recentemente, estava crente que iria abalar) se desesperou e resolveu atacar suas duas concorrentes de uma só vez: por meio, claro, do machismo. Ouvi hoje seu mais novo jingle, que termina com a seguinte frase: "Marina é Dilma com outra roupa". Fiquei indignada e resolvi reunir nesse texto todas as impressões que tenho tido das campanhas no que tange à discussão feminista. Após sofrer ataques recentes, Marina fez um apelo feminista à Dilma: "Por favor presidente, venha para o debate, apresente seu programa, mas não queira, a primeira mulher presidente da República, destruir uma outra mulher que também tem o direito de participar da democracia", durante comício em Campina Grande, interior da Paraíba. Programas políticos à parte, essa é uma das declarações mais feministas que ouvi até agora na...

Quantas feministas são necessárias pra trocar uma lâmpada? Ou sobre o riso dos outros.

Desde que me entendo por ser pensante, fui daquelas pessoas que discutem ou se retiram quando uma piada racista, sexista, homofóbica e etc. é contada. Sempre tive que ouvir, portanto, que não tenho “senso de humor”.   Eu, no entanto, adoro gente engraçada. Só tenho uma concepção bem diferente do que seja humor. E assistindo ao documentário "O Riso dos Outros" ( disponível aqui! ) vi que felizmente há vários humoristas que compartilham da mesma concepção e do filme tirei a inspiração para escrever esse texto.  Pra mim piada preconceituosa é humor fraco, fácil e, mais do que “politicamente incorreto”, politicamente ativo. Quando alguém faz piada pra rir de negro, de índio, de mulher, de gay, não está só contando uma piada, está endossando um discurso político. Isso porque, como explicou muito bem Alex Castro aqui , para uma piada ser engraçada, é fato, alguém tem que se foder, e a questão toda é: quem é que está se fodendo? Se é o negro, o índio, a mulher, o gay, então...