Recentemente, a Ana Flávia Magalhães Pinto escreveu um texto crítico à Marcha das Vadias de Brasília. Dizia que não havia espaço real para a discussão da negritude dentro da marcha. Eu que, apesar de branca e de classe média, me engajo na luta contra o racismo desde que entrei na faculdade, e que me engajei também muito na marcha das vadias de Belo Horizonte, fiquei bastante incomodada. Meu primeiro pensamento foi: mas... nós não somos racistas! Alguns segundos depois percebi o quão enganada eu estava. Me lembrei que “Não somos racistas” é o nome de um livro de Ali Kamel defendendo a não existência do racismo no Brasil (e, portanto, a não necessidade de políticas que promovam a igualdade racial), posição contra a qual eu sempre lutei. Ora bolas, é claro que somos racistas, somos muito racistas. E admitir isso é o primeiro passo pra mudar. Alguns dias depois me vejo na posição da Ana Flávia: Na ocupação da Câmara Municipal de Belo Horizonte a predominância da fala masculina assu
Textos sobre feminismo, transformação e auto-conhecimento