Carnaval é bom pra pular, mas também é bom pra pensar. E a reflexão que faço esse ano, como feminista que sou, tem a ver com o tradicional costume dos homens de se vestir de “mulher” (como se o conceito pudesse ser tratado no singular) nessa época do ano. O que pensam esses homens? O que os motiva? De que “mulher” eles se vestem? Alguns argumentarão que vestir-se de mulher no Carnaval tem a ver com a inversão generalizada típica da festa. Homens machistas e homofóbicos que normalmente repudiam o feminino por medo de serem considerado homossexuais, nessa época do ano, têm a permissão de se travestir. Mas o que é que se inverte no fim das contas? Os homens não passam a ser as maiores vítimas de assédios e abusos sexuais, nem de violência doméstica, nem têm suas questões invisibilizadas, como acontece diariamente com as mulheres. As mulheres, por sua vez, não ganham o direito de andar com (ou sem) qualquer roupa sem ser incomodadas, nem de tirar a camisa por causa do calor, nem de ci
Textos sobre feminismo, transformação e auto-conhecimento